O mês de junho está se aproximando e, com ele, as tradicionais festas juninas que envolvem as apresentações das quadrilhas juninas. Hoje o Estado dispõe de 20 grupos folclóricos, que pertencem à Liga das Quadrilhas Juninas de Roraima (Liquajurr) e à Federação Roraimense de Quadrilhas Juninas (Ferquaj).
Mais do que uma simples manifestação cultural, esses grupos fazem parte da cultura regional, que busca em seu berço reforçar os costumes, danças, gastronomia e a musicalidade de um povo. A quadrilha é uma dança típica do folclore brasileiro, que teve sua origem na França e que se desenvolve entre casais. Em Roraima, um dos grupos é o Explosão Caipira, que há 12 anos vive no cenário cultural do Estado.
Com o tema “Da Palha ao Ouro a Explosão Revela seu Tesouro”, o grupo vem este ano retratar de uma forma simbólica a modernização e a evolução da quadrilha. O presidente, Joel Rodrigues, explicou que a proposta temática é reviver o passado e valorizar o presente, contando de uma forma simples o seu processo de evolução. “A palha representa o passado e o ouro o presente”, esclareceu.
Para ele, o enredo deste ano vem trabalhar a visibilidade que um mesmo grupo pode fazer de duas formas, ou seja, a Explosão Caipira virá caracterizada com dois ideais, um mostrando o início do grupo e outro a realidade atual, não somente com a danças, mas também a parte musical. “A equipe toda é formada por 98 pessoas, enquanto os casais de brincantes somam 74”, disse.
Rodrigues informou que os detalhes da apresentação foram minuciosamente pensados como se fosse uma nota de repúdio aos jurados de 2010, quando a quadrilha trabalhou o tema “Aniversário da Disney”, época também de aniversário do grupo, portanto seria uma forma de comemorar, mas os dirigentes afirmam que os jurados não entenderam.
“Mesmo com todos os personagens infantis no tablado e uma superprodução, ficou a dúvida. Agora queremos reverter este quadro e vamos fazer uma apresentação com riqueza de detalhes, para que possa ser entendido com facilidade pela comissão julgadora e consequentemente alcançarmos nossa meta”, comentou.
Paetês, tecidos, rendas e outros acessórios fazem parte do figurino dos brincantes, que devem seguir a linha da temática e transmitir o sentido da história apenas pela vestimenta. Rodrigues lembrou que as roupas começam a ser confeccionadas com antecedência e que já foi produzida uma parte com o estilo mais antigo e as demais vêm com roupas mais modernas.
Ele informou que, devido à escassez de produtos e acessórios típicos desta época em Roraima, os grupos recorrem às compras em São Paulo (SP) e Manaus (AM), todavia uma parte é adquirida no Estado mesmo. “São mais de R$ 90 mil investidos em material, os quais são arrecadados com empresários, convênios e ações do grupo, sendo que este valor não se resume às roupas, mas envolve todo o aparato de caracterização e música”, destacou.
Quanto às músicas, o presidente frisou que começam a ser gravadas em dezembro para quando os ensaios iniciarem, em janeiro, já serem realizados com o novo repertório. “Todo ano é um repertório diferente, contendo 22 músicas. Este ano foram investidos R$ 9 mil nas gravações”, ressaltou.
Com relação à preparação para as apresentações, Rodrigues enfatizou que as quadrilhas finalizam a sequência de apresentações em outubro, quando é realizado o arraial de São Francisco, que é o padroeiro do bairro Jóquei Clube, onde a quadrilha Explosão Caipira ensaia.
“Após este período, há uma confraternização no fim do mês e, em novembro, a equipe retorna com o planejamento do que irá ser feito no ano seguinte. Em janeiro começam as atividades, como feijoadas e bingos para arrecadar verba”, complementou.
Fonte:Folha Web.
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