terça-feira, 21 de maio de 2013

Sergipe, um fantástico arraial junino




Em Sergipe se brinca o melhor São João do Brasil. Não é bairrismo, é conhecimento de causa. Quando os ponteiros do relógio se cruzam marcando zero hora do dia primeiro de junho, Sergipe se transforma no maior arraial brasileiro. O Estado se divide em seis pontos estratégicos, sediados em Aracaju, Estância, Cristinápolis, Nossa Senhora do Socorro, Muribeca e Capela, que o fazem ser o caminho, nesta temporada do ano, para se brincar, numa contagiante alegria, os festejos juninos. 

Todo Sergipe se prepara. As cidades são enfeitadas com bandeirolas multicoloridas. Na disputa pela melhor temporada junina, Sergipe faz bonito e se transforma no país do forró. Há muita mais. As apresentações inesquecíveis das belíssimas quadrilhas juninas e de grupos do rico folclore sergipano. 

Em Aracaju e no interior shows e bailes caipiras animam os sergipanos e os turistas que estão visitando o estado nesta época. Em Estância, a 68 quilômetros de Aracaju, os fogueteiros estão em ritmo alucinante, preparando a pólvora para a fabricação de toneladas de fogos de artifício, como os barcos de fogo, as espadas e os busca-pés usados nas muitas batalhas travadas.

O roteiro das festas começa em Aracaju. Na Rua São João, zona norte da cidade, os moradores se encarregam de toda a organização da festa, que começa a zero hora do dia primeiro de junho, com uma queima de fogos de artifício e colocação de um mastro. Há concurso de animadas quadrilhas juninas e casamento do caipira. As ruas, em Aracaju, são clareadas pelas fogueiras, que queimam nas noites de véspera e dia de Santo Antônio, São João e São Pedro, os três santos homenageados no mês. 

Em Estância, a 68 quilômetros de Aracaju, o mais belo espetáculo pirotécnico do Brasil, quando um barco, impulsionado por foguetes, fabricados à base de pólvora, é acionado para o delírio dos que assistem ao show. O barco desliza elegantemente por um fio metálico, com extensão média de 50 metros. Ao final, as pessoas se divertem numa ousada batalha de busca-pés. Conta-se, em Estância, que anualmente os fogueteiros, os melhores de Sergipe, preparam cinco mil quilos de pólvora para a fabricação dos fogos. Cantos e danças folclóricas animam o ritual da preparação da pólvora, numa festa que não faltam licores de jenipapo, pitanga e tangerina e comidas regionais. 

Bem próxima a Estância, na divisa com à Bahia, Cristinápolis, a 115 quilômetros de Aracaju, é outro ponto estratégico dos festejos juninos em Sergipe marcado pela queima de fogos de artifício. Lá não é um centro de produção dos artefatos juninos, mas o povo se diverte, e muito, com as batalhas de busca-pés, que, quando lançados dão variadas voltas no ar, num belíssimo e inesquecível espetáculo pirotécnico. A viagem junina em Sergipe reserva, ainda no São João, outra parada obrigatória: Areia Branca. 

É preciso bastante fôlego para cumprir todo o roteiro dos festejos juninos em Sergipe. Do São João vamos para o São Pedro, brincado de modos diferentes em Capela e Muribeca, respectivamente distantes 67 e 72 quilômetros da capital. Em Capela, bem ao estilo de Estância, a festa tem queima de fogos de artifício, como a batalha de busca-pés. Tradicionalmente, na manhã do dia 28 de junho, homens, mulheres e crianças alegremente se dirigem para uma mata nas redondezas da cidade. 

Uma árvore, previamente marcada, é arrancada. As pessoas voltam para a cidade cantando alegres músicas regionais e folclóricas e fincam a árvore, adornada de prêmios. No dia 29, dia de São Pedro, uma multidão se concentra diante do mastro, onde é acesa uma enorme fogueira. Quando o mastro cai, as pessoas avançam para pegar os prêmios, em meio a uma gigantesca batalha de busca-pés. Gritos de vitória dos guerreiros são ouvidos, e que se misturam ao som das melodias folclóricas. 

A culinária junina de Sergipe é de ar água na boca. Tudo à base do milho e do arroz. É a pamonha, a canjica, o cuscuz, o arroz doce, o mingau, os bolinhos, a macaxeira, a carne do sol, a carne ensopada – carnes de boi e de porco misturadas, o leite – de cabra e de vaca. Para os que gostam de um delicioso aperitivo, os licores da temporada são, contam as lendas, de efeito afrodisíaco. E eles são de tangerina, jenipapo, café, limão, pitanga e de tamarindo.


Quadrilha Junina Zabumba


“Passar as festas juninas comemorando e festejando todos juntos, fazendo o que mais gostamos: dançar quadrilha e levar para o povo grandiosos espetáculos mostrando arte e cultura através da Quadrilha Junina”. Do desejo de um grupo de amigos (Jailson Monteiro, Charles Carvalho, Ubiraci Muniz (Bira), Gustavo Cavalcante), nasce, no dia 07 de setembro de 2001,a Quadrilha Junina Zabumba, localizada em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. A ideia do nome remete à vontade do grupo de criar uma quadrilha que traduzisse a alegria dos festejos juninos, daí a necessidade de um nome impactante, de força: ZABUMBA – denominação de um instrumento musical bastante utilizado nas festas de São João no Nordeste. Em 2002, no seu primeiro São João, a quadrilha ganha as ruas de Camaragibe e conquista campeonatos; ultrapassa as fronteiras do bairro e participa dos principais concursos do gênero no Recife e Região Metropolitana, classificando- se no 2º lugar do Concurso do Sesc. Muitos títulos importantes, como: campeã da Rede Globo Nordeste (2003), campeã do Concurso do Sesc (2004), vice-campeã do Nordestão / Fortaleza, CE (2004), vice-campeã da Rede Globo Nordeste (2004), vice-campeã do Festival Pernambucano da Prefeitura do Recife (2004, 2006 e 2009) e oito vezes campeã do Concurso de Camaragibe.
Essa pesquisa baseada “Nos Arraiais da Memória As quadrilhas juninas escrevem diferentes histórias” Mário Ribeiro dos Santos. Foi só um pouco, mas é claro que tem mais a falar, por isso contamos com cada um de vocês pra acrescentar e abrilhantar mais a sua quadrilha.

Quadrilha Junina Traque de Massa


A trajetória da Traque da Massa é curta, porém protagonista de trabalhos significativos, que abrilhantaram os capítulos da história do movimento Quadrilha Junina no Recife e Região Metropolitana nos últimos anos. O grupo foi fundado em 20 de março de 2004, na comunidade de Águas Compridas, Olinda, da junção das quadrilhas Tradição na Roça e Moderna Caruá. Entre os seus idealizadores, destacam-se Sérgio Ricardo Silva Lins, presidente, e José Roberto da Silva Neto, vice-presidente. 
A escolha do nome foi consenso, pois “queriam um nome que caísse na boca do povo, A Traque de Massa ficou na memória dos quadrilheiros pela singularidade e ousadia dos trabalhos que levava para os arraiais. Porque todas as quadrilhas jogavam traque de massa Nos cinco anos de existência, muitos nomes são importantes e merecem ser lembrados (o pessoal de produção, os dançarinos, os marcadores, os coreógrafos, as costureiras – profissionais que passaram e fizeram história na quadrilha). No entanto, destacaremos também neste documento os nomes de Anderson Gomes e Perácio Junior. Anderson foi o responsável pela concepção e desenvolvimento de temas que ficaram na memória de quem assiste e gosta de quadrilha. 
Em 2006, com o tema Fogos de artifício, pólvora e povo, o grupo conquista o seu primeiro campeonato: vencedor do Festival de Quadrilhas da Rede Globo Nordeste e do Festival Regional, na Paraíba. Vitalino: sem barro o homem, com barro o Mestre foi o título do espetáculo de 2007, que definitivamente apresentou um novo modelo de quadrilha junina, inspirando muitos grupos a realizarem um trabalho de qualificada pesquisa. Com esse tema, a Traque conquistou o vice-campeonato no Pernambucano da Prefeitura do Recife, no Sesc e o 3º lugar na Rede Globo. Em 2002, repete o vice-campeonato do Pernambucano, obtendo o 3º lugar no Sesc e na Rede Globo.


Quadrilha Junina Origem Nordestina

Quadrilha Origem Nordestina em 1994


“Será que daria certo fazer uma grande quadrilha na comunidade do Morro da Conceição? Esse foi o questionamento feito por Lenildo Moreira de Carvalho (popularmente conhecido como Suelane), em 14 de setembro de 1994, num gesto profundo de religiosidade, intimidade e fé com a Santa mais popular do Recife. Assim, “criada através de uma promessa feita aos pés de Nossa Senhora da Conceição”, a Origem Nordestina foi a primeira quadrilha junina organizada no Bairro do Morro da Conceição, Zona Norte do Recife. Um lugar onde o sagrado e o profano se misturam, fortalecendo um ao outro, numa estreita relação de reciprocidade. Essa aproximação é percebida, sobretudo, nas diferentes formas de expressões culturais que dão vida ao bairro, entre elas, a Quadrilha Junina. “A maioria dos componentes são devotos de Nossa Senhora. Os que não são a gente tenta puxar para ela pela fé Moreira, que ainda acrescenta: “Na nossa quadrilha colocamos um casal para representar a promessa, vestido de azul e branco, sendo denominados padrinhos da nossa quadrilha”. 
O sentimento de devoção que une o grupo e a importância do trabalho social que realiza no Morro, estimulando os talentos locais, gerando renda e formando cidadãos, ultrapassam as fronteiras da quadrilha e ganham o reconhecimento dos moradores e da vizinhança, que passam a atuar junto ao grupo, não só como admiradores do seu trabalho, mas também como parceiros. A primeira grande classificação da Origem foi em 196, quando conquistou o 4º lugar no Festival de Quadrilhas Juninas da Rede Globo Nordeste e o 1º lugar no concurso promovido pelo Playcenter (atual Mirabilândia). Em 1998, a Origem conquista o vice-campeonato nos dois concursos mais disputados pelas quadrilhas, o Festival Pernambucano e a Rede Globo Nordeste,2000 foi o ano da sorte da Origem Nordestina. Ela consagra-se campeã do Festival de Quadrilhas da Rede Globo Nordeste. Em 2001, conquista o vice-campeonato na Globo e no Pernambucano. 

Quadrilha Junina Raio de Sol



A Quadrilha Junina Raio de Sol foi fundada em 196, a partir da iniciativa de Alana Nascimento e José Bonifácio (Boni). Formada inicialmente por alunos da Escolinha Pantera Cor de Rosa, da comunidade de Águas Compridas, Olinda, foi criada apenas com o objetivo de animar a festa de São João da Escola. Devido ao sucesso da primeira apresentação, recebeu convites para participar de outros eventos e no arraial do bairro, conquistando a comunidade e o público. A cada ano, a Raio de Sol aperfeiçoava seu figurino, coreografias e casamento matuto, destacando-se entre as quadrilhas mirins e conquistando o seu primeiro grande título em 2000, como campeã do Festival Pernambucano de Quadrilhas Juninas Infantis, promovido pela Prefeitura do Recife. 
As crianças foram crescendo junto com a quadrilha, que passou a categoria de quadrilha adulta, em 2002. Desde então, tem se classificado nos principais concursos de quadrilha do Estado. A partir de 2006, com marcador e coreógrafos que cresceram e se profissionalizaram em função da quadrilha, e devido à concepção diferenciada de fazer quadrilha dos produtores Fábio Costa e Américo Barreto, a Raio de Sol tem se destacado bastante. 
Conquistou o tricampeonato Pernambucano de Quadrilhas da Prefeitura do Recife (Sítio da Trindade, 2006-2008), o Campeonato do Sesc (2006) e o Concurso da Rede Globo Nordeste (2007). Além de participar dos diversos arraiais espalhados pelos bairros do Recife e Olinda, a Raio de Sol tem representado o Estado de Pernambuco em Concursos Regionais de Quadrilhas: Nordestão (Natal-RN, 2006), Regional da Globo (Campina Grande-PB, 2007), Nordestão (Maceió-AL, 2007), Nordestão (Fortaleza-CE, 2008)e Iguatufest (Iguatu-CE, 2009).

Quadrilha Junina Lumiar



Com um nome que remete a luz, brilho, resplendor, nascia, em 192, na comunidade de Brasília Teimosa, o Grupo de Dança Lumiar. A iniciativa parte do coreógrafo Erinaldo Souza, popularmente conhecido como Nanau, juntamente com alguns amigos da localidade apaixonados pela dança (Maria Izabel Vasconcelos (Bebê), Norma Vasconcelos, Paulo Brito de Barros, Maria José de Barros (Zezé)). Nanau inscreve a Lumiar, em 195, para participar pela primeira vez do Festival Pernambucano, onde o componente Marcos França recebe o título de 1º Rei das Quadrilhas Juninas. 
Era o início de uma história com importantes premiações para o segmento. Em 197, Nanau deixa a direção da Lumiar, assumindo os trabalhos, o quadrilheiro, ator e coreógrafo Fábio Andrade (posição que desempenha até a atualidade). Não demora, e a Lumiar torna-se reconhecida pelo público como a quadrilha “Escola de Artistas”, pela criatividade, seriedade, profissionalismo e pompa dos espetáculos produzidos. Em 2000, com o trabalho Adivinha, adivinhação na festa de São João, consagra-se campeã no Festival Pernambucano, no Sesc Recife e o 3º lugar na Rede Globo Nordeste. Em 2001, é o ano do espetáculo Festa de Casamento, que mais uma vez dá o título de campeã do Pernambucano e da Rede Globo, além do bicampeonato do Sesc Recife. O 1º lugar na Rede Globo leva a Lumiar a participar do Festival Regional de Quadrilhas Juninas em Caruaru. 
Em 2002, é a vez do trabalho Fogueira é símbolo, fogo é louvor, que dá o título de campeã do Festival Pernambucano do Recife, o tricampeonato do Sesc Recife e os campeonatos do Festival da Rede Globo Nordeste e do Festival Regional de Quadrilhas Juninas (Rede Globo – Mossoró – RN). Para 2003, a Lumiar prepara o espetáculo Festa e Devoção, que proporciona os títulos de 5º lugar do Festival Pernambucano, 2º lugar do Sesc-Recife, 2º lugar da Rede Globo, campeã do Festival Regional de Quadrilhas (Rede Globo – Jaboatão-PE), campeã do 1º Festival da Federação de Quadrilha Juninas de Pernambuco FEQUAJUPE e campeã do 1º Festival Nordestão de Quadrilha Juninas, em João Pessoa- PB, uma realização da CONFEBRAQ – Confederação Brasileira de Quadrilhas Juninas. 2005 foi o ano do trabalho Uma Noite de São João na Cidade de Lumiar, que trouxe os seguintes títulos: campeã do Pernambucano, tetracampeã do Sesc-Recife, vice-campeã da Rede Globo, 4º lugar no Festival Regional de Quadrilhas Juninas (Rede Globo – Caruaru), campeã do 3º Festival da FEQUAJUPE e vice campeã no 3º Festival Nordestão de Quadrilha Juninas, em João Pessoa – PB, uma realização da UNEJ – União Nordestina de Entidades Juninas.

Quadrilha Junina Tradição


A ideia primeira de criar a Quadrilha Junina Tradição nasceu numa mesa de bar entre conversas e sonhos de quatro amigos (Fabiano Ferreira, Maurício Francisco, Ademário Ferreira (Xoxo) e Jimmy Glauber) moradores do Morro da Conceição, Recife. O pensamento só se concretizou, em 04 de fevereiro de 2004, quando se somaram ao grupo, os primos Joselito Costa e Perácio Jr. e os amigos Gildo Alencar, Anderson Gomes, Cleyton Santos (Buda), Sandro Sá, Diogo Luís, Adeilda (Tetei) e Lúcia (Nena), todos dissidentes da Quadrilha Origem Nordestina da mesma localidade. 
O nome foi inspirado na escola de samba Tradição do Rio de Janeiro, que também foi fundada a partir da dissidência com outra escola. A experiência adquirida na “Origem Nordestina” ajudou na condução dos trabalhos com o novo grupo. Os dançarinos passaram a desenvolver outras habilidades, novos talentos foram revelados, “surgindo grandes coreógrafos, projetistas, figurinistas, cenógrafos, compositores, marcadores, tudo o que precisava para colocar uma quadrilha junina na rua. 
O resultado dos investimentos foi satisfatório. Espetáculos bem-avaliados, conquistando muitos prêmios. São João: Festa da Fertilidade e da Fartura foi o título do trabalho em 2005, que deu a Tradição o bicampeonato do Festival da Globo; São João: a Grande Festa do Povo, em 2006, trouxe o 3º lugar do Festival da Globo. Quentão, tradição que esquenta o São João, foi o título do espetáculo em 2007. Em 2008, conquista o vice-campeonato na Globo com o trabalho Daqui Pra Lá, de Lugar em Lugar a Tradição Vem Festejar, abordando a história do teatro Mambembe. Em 2009, Geninha da Rosa Borges, dos palcos aos arraiais, traz para a Tradição o 3º lugar no concurso do Sesc e a 4ª colocação nos Festivais Pernambucano e Rede Globo.